5 de janeiro de 2011

Sismos

Terramotos ou Sismos?

Na Antiguidade, os terramotos eram considerados castigos dos deuses; ainda hoje, muita gente os vê como caprichos da natureza. No entanto, os terramotos constituem um fenómeno absolutamente natural e frequente. Enquanto lês este texto, provavelmente estão a ocorrer dezenas de sismos em diferentes lugares do planeta: em média, dão-se 150 por hora, 3.600 por dia e 1.300.000 por ano.


Mas o que é exactamente um terramoto? Em poucas palavras, trata-se de um movimento brusco da Terra que libera uma certa quantidade de energia acumulada.

Tendemos a pensar que nosso planeta é uma como uma esfera compacta e uniforme. Na verdade, a crosta terrestre é formada por várias camadas sobrepostas, denominadas placas tectónicas. A espessura de cada uma é de cerca de 70 quilómetros.

Estas camadas "encaixam-se" ao longo de um processo que dura milhões de anos.

Os seus movimentos são lentos e imperceptíveis ao homem, mas nunca param. As placas, que flutuam como icebergs sobre um mar de magma, estão em constante movimento e colidem umas contra as outras. Quando elas “encalham”, geram uma tensão que que acumula energia. A libertação abrupta desta energia, no momento em que a placa atinge o seu limite de resistência produz um movimento ao qual chamamos terramoto ou sismo.

Benefícios dos Terramotos

Apesar de suas consequências trágicas, os terramotos também geram benefícios. Eles podem gerar fontes e represas naturais, úteis para conservar ou conduzir água, petróleo e gás. Podem acumular ou expor valiosos recursos minerais, incluindo metais preciosos. E inclusivamente reduzem o risco de futuros sismos. De facto, acredita-se que uma série de terramotos pequenos e inofensivos liberem energia suficiente para evitar a ocorrência de um sismo muito maior e devastador.

O Homem Também Contribui para os Terramotos?

Certamente, algumas actividades humanas aumentam o risco de terramotos, chegando mesmo a desencadeá-los. As barragens e diques artificiais, por exemplo, geram uma pressão importante sobre a crosta terrestre. O mesmo ocorre com os depósitos de resíduos, já que injectar líquidos no interior da Terra gera pressões adicionais. Para não falar das explosões nucleares subterrâneas...

Como são Medidos os Terramotos?

A medição dos terramotos merece um capítulo à parte. Há duas escalas muito famosas, a de Ritcher e a de Mercalli. Ambas têm poucas similaridades.

A escala de Ritcher, desenvolvida em 1935, indica a quantidade de energia liberada. Não cresce de forma linear: um grau a mais pode significar uma libertação de energia quinze vezes maior que a anterior, por exemplo. Também não é uma escala “fechada”, já que não há um limite estabelecido. Quer isto dizer, que pode ocorrer um terramoto que exceda o ponto máximo da escala, gerando um novo nível.

Apesar de sua utilidade, a escala de Ritcher foi substituída por outra muito mais precisa, denominada Magnitude Momento. Seus critérios de medição não são os mesmos, mas coincidem em boa parte com os da escala de Ritcher.

A escala criada pelo italiano Giuseppe Mercalli em 1902, e que foi modificada por outros sismólogos em 1931 não se baseia nos registos sismográficos, mas nos efeitos do sismo: danos às estruturas e sensações percebidas pelas pessoas.

É formada por doze níveis, expressos em números romanos, que vão desde o nível I, “tremor sentido por poucas pessoas”, até o nível XII, que implica a “destruição total, ondas visíveis sobre o terreno, objectos lançados no ar e perturbação no nível dos rios, lagos e mares”.

É admirável a precisão e o dramatismo com que alguns graus da escala descrevem o fenómeno. O grau VIII, por exemplo, determina: “Danos leves em estruturas bem projectadas; danos consideráveis em edifícios mais antigos e sem estruturas anti-sísmicas, verificam-se desabamentos parciais em grandes em estruturas de construção mais precária. As paredes saem das vigas. Desmoronam chaminés, colunas, monumentos, muros e as pilhas dos produtos nos depósitos das fábricas. Os móveis pesados tombam. Areia e lodo são projectados em pequenas quantidades. Há alteração no nível de água dos poços. As pessoas perdem o controle ao dirigir veículos motorizados”.

Quais Foram os piores Terramotos?

Existe um consenso sobre o mais potente sismo registado no mundo, já que ele atingiu o ponto máximo em ambas as escalas. O fenómeno ocorreu em Valdivia, no Chile, em 22 de maio de 1960.

Durou 10 minutos. Mais de cinco mil pessoas morreram. Cidades inteiras foram destruídas e rios mudaram de curso. Nasceram novos lagos e algumas montanhas deslocaram-se. Até o eixo terrestre se moveu três centímetros!

O tremor de terra foi percebido em todo o Sul do Continente Americano, e o tsunami que daí resultou assolou as costas do Japão, Hawai, Filipinas e Estados Unidos. Este sismo alterou para sempre a geografia, a economia e a alma da República Chilena.

Antes e depois, outros terramotos produziram um número de vítimas muito superior. Em 1976, por exemplo, a China sofreu um sismo que deixou não menos 275.000 mortos, mas alguns cálculos chegam a duplicar este número. No Irão, em 1990, foram 70.000 vítimas fatais. Mais recentemente, em 12 de maio de 2008, um sismo provocou quase 100.000 mortos em Wenchuan, na China.

Estes números parecem pequenos se comparados com sismos mais antigos. O recorde de vítimas é disputado pelo terramoto de 23 de Janeiro de 1556 em Shansi, China, com 830.000 vítimas fatais; e pelo chamado terramoto do Médio Oriente, ocorrido em 1201, que deixou mais de um milhão de mortos no Egito e no Mediterrâneo Oriental.

O efeito devastador de um sismo depende de um conjunto de factores:
· Sua magnitude.
· Sua profundidade.
· A distância de centros povoados.
· O tipo de terreno.
· O tipo de construções (não só habitações, mas também estradas, ferrovias, barragens, represas, etc.).
· A duração.
· A quantidade de réplicas, ou seja, os movimentos de menor magnitude que se seguem após o principal.

Prever Terramotos

Prever terramotos é muito importante para minimizar seus efeitos. Apesar dos avanços tecnológicos nas previsões de médio e longo prazos, ainda não se pode prever com exactidão o momento certo em que um sismo vai acontecer.

A partir de Golden, no Colorado, o Serviço Geológico dos EUA monitoriza todos os terramotos do mundo de magnitude 5 ou superior. Isso permite alertar a comunidade internacional em poucos minutos para a organização imediata das tarefas de resgate.

Sismólogos japoneses descobriram que o indício mais preciso de um tremor de terra iminente são os microsismos que costumam ocorrer meses antes do evento principal. Infelizmente, nem sempre conseguem ser detectados.

Outros cientistas empregam técnicas electromagnéticas para identificar indícios pré-sísmicos: mudanças na condutividade do ar, emissões infra-vermelhas e alterações na ionosfera.

A observação do comportamento dos animais não é menos importante.

De qualquer forma, a previsão não é o bastante, e outros factores devem ser levados em consideração.

Um deles reside nas construções. O terramoto que afectou Seattle, Washington, em Fevereiro de 2001, teve 6,8 graus de magnitude, mas provocou muito poucos danos e apenas uma morte. Rigorosas normas de construção anti-sísmica foram determinantes. Já um terramoto não muito maior que assolou a cidade de Pisco, no Peru, em 2007, 70 % das habitações foram destruídas. Tratavam-se de habitações que não estavam preparadas para suportar o abalo.

Outro factor essencial é a educação da população. Se as pessoas não entrarem em pânico, o número de vítimas pode ser reduzido acentuadamente.

Fontes: Wikipédia; Discovery Channel

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