Quino e a Mafalda

Quino - Breve apresentação

O verdadeiro nome de Quino é Joaquin Salvador Lavado. Nasceu em Mendoza, Argentina, a 17 de Julho de 1932. O seu humor foi definido de “ingénuo e atroz”. Os seus desenhos são essenciais e meticulosos. O Seu traço é fino e preciso, os seus trabalhos estão realizados com uma incrível paciência. Quino desenha só em preto e branco “creio que por isso vejo o mundo ás riscas”, costuma dizer, mas isso é apenas uma escolha interior como muitas outras que podem descrever o modo de ser de um desenhador.

Quino fala do seu trabalho como “uma profissão” apesar de os críticos, quando falam de sua criatura mas conhecida, não terem nenhum problema em citar nomes como Freud, Laing, Fromm, Marcuse ou Reich.

Na realidade, ainda que tenha nascido num dos países mais psicoanalizados do mundo, Quino não parece ser um dos que frequenta ou pensa frequentar psicólogos. Faz uma vida muito normal, preparando os seus trabalhos e aproveitando algumas ocasiões “mundanas” graças à sua notoriedade.

Está casado desde 1960 com Alicia Colombo, doutorada em química. Divide o seu tempo entre o seu país de origem e Europa. Espanha em particular. Viaja muito e é uma pessoa com curiosidade por tudo, teatro, cinema e literatura.


Hoje os seus desenhos publicam-se em centenas de jornais e revistas de meio mundo. Em 1973 toma a decisão mais desconcertante para muitos: não desenhar mais tiras de Mafalda. Desde então desenha em significativas e determinadas ocasiões, como a campanha de UNICEF 1977 para os direitos da criança.

No entanto a Mafalda esta mais viva que nunca. Como todos os personagens de dialogo, tem vida própria, mas depende da vontade do autor.

Mafalda reaparece sempre fresca e reinventada nos seus novos livros e jornais. Faz cinema e televisão. Viaja na imaginação colectiva duma infinidade de nações que são muito diferentes entre elas culturalmente.

E chega aos lugares mas inesperados, tornando-se familiar a miúdas e miúdos que pertencem a gerações que não têm nada a ver com a que viu nascer Mafalda.

Assim, enquanto Mafalda e seus amigos das tiras “caminham sós”, Quino continua a desenhar criando novos e impressionantes paradoxos.

A Mafalda e os seus amigos

Mafalda

Esta é a personagem que tornou Quino num dos mais populares cartonistas de todo o mundo. Os seus comentários e atitudes são o reflexo dos problemas sociais e políticos dos anos 1960. Filha de uma típica família da classe média argentina, Mafalda representa o inconformismo da Humanidade, mas com fé na sua geração. O que ela mais detesta são a injustiça,, a guerra, as armas nucleares e o racismo. Também não se conforma com as absurdas convenções dos adultos e com a sopa. As suas grandes paixões são os Beatles, a paz, os direitos humanos e a democracia.

Felipe

Sonhador, tímido, preguiçoso, muito despistado e, algumas vezes, muito romântico. É o pólo oposto de Mafalda, sempre apaixonado por histórias de aventuras, gosta particularmente das do Cavaleiro Solitário. Odeia a escola e fazer os deveres. Não se sente bem com a sua personalidade: "Logo a mim me havia de calhar ser como sou?!".
Este personagem é o retrato de Quino quando era criança.

Susaninha

Fofoqueira, tendenciosa, egoísta e quezilenta por natureza. Tem o seu futuro perfeitamente planificado: um casamento de sonho, um marido rico e muitos, muito filhinhos. Estes são os seus únicos amores; no entanto os seus ódios são mais amplos: os pobres, que lhe causam repugnância, assim como o Manelito e detesta as reflexões de Mafalda. Claro que os problemas dos amigos e o destino do Mundo não lhe interessam nem um bocadinho.

Miguelinho

Um sonhador como Felipe, ainda que um pouco mais egoísta e nada tímido. Tem uma inocência à prova de bala e vive reflectindo àcerca de questões sem importância. Detesta ter a idade que tem e passar despercebido. Sente-se o centro do mundo e não há quem lhe faça pensar o contrário.

Manelito

Um pouco rude, ambicioso e materialista, mas no fundo é um grande coração. De todos os personagens, ele e Susaninha são os únicos que realmente sabem o que querem da vida. Manelito sonha em se dono de uma enorme cadeia de supermercados. Incondicional admirador de Rockfeller, as suas paixões são tão abrasadoras como os seus ódios. Estes vão direitinhos para os Beatles, todos os hippies e para a Susaninha.

Liberdade

Ama a limpeza e as pessoas simples e não suporta que façam comentários sobre o seu tamanho, pois é muito pequenina. Tanto ela como a família são socialistas convictos. Esta é a personagem que fala mais claro, sem rodeios.

Gui

Típico representante da idade da inocência, onde tudo está por descobrir. Dono de uma grande ternura, é o único personagem que cresce ao longo as histórias. As suas paixões são desenhar nas paredes, a chupeta e a Brigitte Bardot.

Fonte: Quino - Página oficial